Frio. Escuridão.

 

-         Por qual motivo você matou? Como você fez? - Pergunta uma voz poderosa.

-         Vocês sabem. - Respondeu outra voz. - Eu apenas fui até lá e o ataquei.

-         Você compreende a Lei?

-         Sim. Estou ciente das consequências de meus atos.

-         Se compreende realmente a Lei, como ainda se deixou levar pela emoção? - Indaga uma terceira voz.

-         Não agi pela emoção. Eu apenas optei por salva-la de um destino traumatizado.

-         O homem que iria estupra-la chegou a ver você?

-         Definitivamente, não. - A voz responde.

-         E a mulher?

-         Ela me viu. Maggie chorou por longas horas, até que os policiais chegaram e a levaram com eles.

-         E como ficou a morte do criminoso com a lei deles?

-         Um especialista indicou parada cardíaca.

-         E quanto a Maggie?

-          Levaram-na para o hospital e em seguida para casa de seus pais.

-         Você foi atrás dela?

-         Não. Assim que ela partiu eu logo vim me apresentar a vocês.

-         Como diriam lá em baixo: Você optou por fazer justiça com as próprias mãos. Isso vai contra a Lei...

-         Eu sei. Eu abri mão de minha total liberdade neste lugar para dar a ela uma vida sem traumas. Uma vida sem medo.

-         Sabe que não poderá mais ajuda-la de novo, não sabe?

-         Sei disso também, mas estou pronto para os mil anos de isolamento.

 

         Nesse instante, um batalhão de seres alados chegou voando e os cercou por todos os lados, mas tudo continuou no mais perfeito silêncio.

 

-         E o que te conforta? E de que valeu o seu ato de justiça? - Continuou a voz que o interrogava.

-         Aquele Ser me completou por muitos anos. Mesmo não podendo vê-la, ou senti-la, minha alma sabe que ela será uma pessoa mais forte e confiante, sabendo que eu estive lá naquele plano para ajudá-la. Por isso eu permiti ser visto.

-         Você é uma alma sábia. Mas é das almas sábias e das mais conscientes que nós devemos impor mais forte ainda a Lei Cósmica.

-         Sentimos muito, nosso irmão. - Disse a terceira voz.

-         Não sintam. O Amor nunca morre.

 

 

- FIM -