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“Princípio de Vibração: Nada está parado. Tudo se move. Tudo vibra.”

O Monge da Montanha

Tibete

2027 D.C

 

         No alto de uma enorme e inóspita montanha, um homem com uma desgrenhada barba cinzenta estava sentado de pernas cruzadas e fumando um grande cachimbo de madeira.

 

         Há dois dias ele estava ali. Nunca antes ele havia fugido de suas tarefas no templo por tanto tempo.

 

         Foi só na manhã do terceiro dia, enquanto o sol acendia a enorme montanha de rocha, que o monge ouviu vozes vindo de um dos precipícios abaixo daquele pequeno platô em que ele estava. Ele apenas fechou os olhos e cruzou os braços.

 

- Ai está você, meu irmão! - Disse o primeiro monge que escalou o alto platô.

 

         Então cinco jovens monges alcançaram o platô, caminharam ofegantes até ele, e então se sentaram de pernas cruzadas ao seu lado.

 

- Nosso irmão! - Disse um monge ainda ofegante. - O Mestre pede que você retorne ao templo. - Ele faz uma pausa e respira. - E pede também que não fuja mais de suas atividades... de seus deveres… E também que não pode só ficar parado o tempo todo.

- Ainda não posso voltar, meus irmãos. - Disse o monge da montanha, descruzando os braços e acendendo o enorme cachimbo de novo. - Diga ao Mestre que estou fazendo algo de muito bom para todos nós.

- Pois então nos conte o que é, meu irmão! - Disse um outro monge.

- Estou transmitindo para a nossa rede crística a percepção do ritmo constante e irrefreável do universo. - Ele se levanta e se alonga. - Nada em lugar nenhum está parado. Está tudo em movimento constante. As tarefas do templo por exemplo, são movimentos artificiais. Distorcem a realidade, assim como faz a própria gravidade, e como nossos próprios espelhos atrás dos olhos.

 

         Os seis então logo olharam para o céu azul celeste, que naquela manhã mais parecia o oceano, pois estava sem nenhuma nuvem. Todos refletiram por um longo tempo.

 

- O que há lá em cima? - Perguntou o monge da montanha aos mensageiros do templo, enquanto apontava para o céu azul.

- O caos supremo. - Respondeu um deles, pensativo.

- Certo e errado. - Disse o monge da montanha. - O Caos Supremo está tanto lá quanto aqui. Mas nossas atividades artificiais em excesso nos distanciam ainda mais dessa realidade. O que faço aqui é parar o movimento artificial e perceber o movimento dos nossos elementos, e a velocidade em que eles realmente estão, enquanto transitam pelo Universo.

 

         Então quando os jovens monges retornaram e comunicaram tudo que ouviram ao Mestre do templo, este também parou tudo o que estava fazendo, e ficou sentado por um dia inteiro.

 

         No dia seguinte o sábio mestre ordenou que todos os monges deixassem suas atividades imediatamente e que meditassem sobre os ensinamentos do Mestre da Montanha, como ele mesmo o chamou.

- FIM -

 

 

 

 Contos Universais é uma coleção de sete histórias

distintas que dividem um mesmo plano de fundo: As Sete Leis do Hermetismo. Cada conto apresenta uma das Leis, que vão guiando o leitor por eventos e situações que são aparentemente impossíveis, mas

que em seu desenrolar se mostram absolutamente reais e hermeticamente reveladoras.

 

                                         

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