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Praticando a Arte

Princípio de Polaridade: Tudo é Duplo; tudo tem pólos; tudo tem o seu oposto;o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados."

 

 

 

 

Universidade de Oxford

2024 D.C

3:00 AM

 

         Um grupo de oito universitários se reuniu no meio da madrugada em cima do telhado de um dos prédios da cidade. O vento estava forte e congelante lá em cima, e todos estavam agasalhados até os dentes.

 

-         Vamos logo com isso, Richard! - Diz Wagner.

-         Tudo tem seu tempo! - Gritou Richard, de pé no meio do telhado. Ele apontava uma varinha de madeira para o céu.

 

         Todos ficaram em silêncio até as três horas e quarenta e cinco da madrugada, quando finalmente Richard brandiu sua varinha em direção a lua, segundos antes de um rápido e brilhante cometa a atravessar de lado a lado. Todos ficaram em êxtase!

Na verdade, nem todos.

 

-         Você calculou! - Gritou Wagner, novamente. - Você é ridículo! Mago fajuto!

-         Logo você me chamando de mago fajuto? - Richard guarda sua varinha em seu casaco e pula para perto de Wagner. - Seu profanador de virgens de merda! Pederasta!

 

         Quando os dois se engalfinharam e quase caíram telhado a baixo, o grupo os separou e cada um desceu por um lado do prédio.

 

         Na manhã seguinte todos eles se encontraram novamente no café da manhã. Eles eram alunos de Física & Filosofia e eram membros de um grupo chamado A Ordem de Lótus. O foco da Ordem era o estudo e a experimentação dos Poderes da Mente. Poderes esses que a ciência atual também já ansiava para poder comprovar. A Ordem ainda não tinha líderes, e por isso, nas últimas três semanas, Richard e Wagner disputavam para saber quem seria seu primeiro “Mestre”.

        

         E além disso, para ganhar respeito e para sobreviver ao tempo, o novo grupo precisava recrutar urgentemente outros alunos de intelecto e experiências semelhantes a eles, e o principal, alunos com a mesma vontade de provar para o mundo os poderes mágicos de nossa mente.

 

         Atualmente, eram somente dez. Todas as manhãs, eles se sentavam numa grande mesa redonda, numa pequena praça abaixo do dormitório do curso, que era afastado do centro movimentado da cidade de estudantes.

 

-         Tudo bem pessoal, eu mesmo falo. Precisamos e rápido de um líder que realmente possa provar os poderes que estudamos! Precisamos de mais membros! - Mary iniciou a reunião. - Todos nós pensamos muito sobre o cometa desde a madrugada. - Ela olha para todos os membros. - E todos concordaram que você pode ter calculado o evento.

-         E eu não precisei persuadir ninguém, viu? - Wagner ri de Richard, do outro lado da mesa. - Sua mágica é pura matemática!

-          Ninguém me perguntou se eu havia calculado ou não. - Responde Richard, com sarcasmo. - O que eu consegui realizar ontem, provavelmente nenhum de vocês conseguirá repetir algum dia. Reflitam um pouco.

-         E daí? - Wagner se levanta e bate na mesa. - Foi cálculo astronômico!

-         É senhores e senhoras! - Gritou Richard. - Isso é assombroso! Estou vendo meu intelecto sendo um obstáculo pela primeira vez! Eu perdi a liderança do grupo para Wagner, o Louco! - Ele grita de forma irônica.

-         Não! Não sou louco. - Ele responde. - Só valorizo mais a intuição do que o dogma! Todos aqui estão de prova que eu sou capaz de realizar feitos mágicos de verdade! Feitos pequenos mas sem dúvidas mais reais que os seus.

-         Ora, você lê cartas! - Gritou Richard, se levantando da mesa, furioso. - E se diz telepata! Por favor! Eu mesmo nunca ouvi a sua voz em minha mente! Por que será em?

-          Já chega! - Mary bate na mesa com um grande livro.

 

         Nesse instante, o velho zelador Albert se aproximou da mesa deles rindo, com seu carrinho de lixo e suas vassouras.

 

-         Eu não entendi quase nada da gritaria de vocês, mas de uma coisa eu sei: o olho esquerdo na verdade vê o que o direito vê e vice-versa. Eles mesmos se enganam… - Ele encara Richard e Wagner. - O que nos faz enxergar é justamente o trabalho em equipe dos dois olhos para tentar recuperar a verdade. - Albert pisca para eles e se retira rindo e assobiando.

 

         Todos ficaram em silencio enquanto o zelador continuou varrendo a praça. O velho Albert continuou rindo por muito tempo.

 

 

- FIM -

 

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 Contos Universais é uma coleção de sete histórias

distintas que dividem um mesmo plano de fundo: As Sete Leis do Hermetismo. Cada conto apresenta uma das Leis, que vão guiando o leitor por eventos e situações que são aparentemente impossíveis, mas

que em seu desenrolar se mostram absolutamente reais e hermeticamente reveladoras.

 

                                         

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